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Encontro que acontece periodicamente no Multicentro de Saúde Carlos Gomes fortalece o vínculo entre pacientes e equipes de multidisciplinares
Familiares de crianças autistas que fazem acompanhamento no Multicentro de Saúde Carlos Gomes participaram de mais um encontro promovido pela equipe multidisciplinar da unidade ambulatorial. A mobilização tem como objetivo de criar um espaço para compartilhar experiências e disseminar informações sobre o TEA – Transtorno Espectro Autismo.
Nessa edição, as equipes de saúde abordaram a importância do uso correto da Risperidona, medicamento utilizado para tratamento dos sintomas do TEA. De acordo com a responsável técnica da Farmácia da unidade, Cecília Oliveira, o espaço facilita a troca de experiências entre pessoas que convivem diariamente com as descobertas, os desafios e as superações que envolvem o cuidado com as crianças autistas.
“O Risperidona é um medicamento de uso contínuo que pode apresentar alguns efeitos colaterais distintos em cada paciente. Abrir um espaço onde os familiares possam tirar dúvidas sobre o tratamento é importante para evitarmos possíveis intercorrências causadas por administração de alta dosagem ou interrupção do tratamento sem a indicação médica, por exemplo”, explicou.
Uso correto do medicamento
Com eficiência no equilíbrio de sintomas em crianças com TEA, o uso correto da Risperidona é importante para evitar efeitos adversos nos pacientes. Cecília Oliveira afirma que é necessário que sejam seguidas as prescrições médicas quanto a dosagem e intervalo entre a administração do medicamento para assegurar a eficiência do tratamento.
Entre os principais riscos da alta dosagem estão distúrbios do sono, pesadelos, impactos na coordenação motora, perda de consciência, hiperatividade e lesão no fígado.
“A melhoria de alguns sintomas podem começar a aparecer em algumas semanas ou até mesmo meses depois do início do tratamento. Isso faz com que algumas pessoas aumentem a dosagem sem a indicação médica. Isso representa um perigo para as crianças e pode gerar efeitos adversos graves”, disse.
Humanização
Mãe do pequeno Heider, 5 anos, Roseane Pereira afirmou que esse tipo de encontro ajuda a fortalecer o vínculo com as equipes de saúde e gerar uma rede de cuidado entre os familiares de crianças com autismo.
“A gente acaba se sentindo mais acolhida pelos profissionais e isso nos dá maior liberdade para tirar dúvidas sobre aspectos que acontecem no nosso dia a dia. Também entramos em contato com outras mães que estão na mesma situação. Isso faz com que a gente possa fortalecer umas as outras”, afirmou.
“O acolhimento humanizado é um dos pilares do Jeito ISAC de cuidar, além de ser um aspecto fundamental para o cuidado com o paciente com TEA. A criação desse vínculo humanizado dá maior confiança dos familiares e pacientes nas equipes multidisciplinares, resultando em maior resolutividade e eficiência no tratamento”, disse Cheila Novaes, psicóloga.
Assistência aos pacientes com autismo
O Multicentro de Saúde Carlos Gomes oferta ao beneficiário da rede SUS – Sistema Único de Saúde acolhimento especializado para pessoas com autismo como: atendimento em Fisioterapia, Fonoaudiologia, Neurologia e Psicologia.
Para ter acesso aos serviços, o cidadão pode se dirigir a uma das 158 unidades básicas da rede municipal de segunda a sexta-feira, exceto nos feriados, das 8 às 17 horas, portando o cartão SUS e a requisição médica com a indicação da especialidade prescrita para consulta.
O Multicentro Carlos Gomes é custeado pela Prefeitura de Salvador e gerenciada pelo ISAC – Instituto Saúde e Cidadania.